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Caso Policial Laline: réu é condenado pelo Tribunal do Júri de Rio Grande

Terminou por volta da 1h30min o júri do réu Anderson Fernandes Lemos, acusado de tentar matar seis agentes da Polícia Civil, em 2022, na Comarca de Rio Grande, durante uma operação policial. Na ocasião, a agente da Polícia Civil Laline Almeida Larratéa foi atingida por um tiro na cabeça. Após 16 horas de julgamento, o Conselho de Sentença condenou o acusado por seis tentativas de homicídio qualificado . A pena fixada é de 82 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado. A sentença foi lida pelo Juiz de Direito Bruno Barcellos de Almeida, que presidiu os trabalhos realizados no Salão do Júri do Foro de Rio Grande. O magistrado determinou a expedição de mandado de prisão do réu na sessão plenária. Fixou também indenização a título de danos morais em favor das vítimas, sendo R$ 100 mil para Laline e R$ 20 mil para cada uma das demais vítimas. Cabe recurso da decisão. Ao longo do dia, foram ouvidas as seis vítimas, entre elas, Laline, cujo depoimento ocorreu por videoconferência. Após o ferimento. ela precisou passar por cirurgias. As lesões causaram perdas de memória recente e de emoções, afetando diretamente as relações pessoais e de trabalho da vítima, que segue em tratamento neuropsicológico. Na sequência, seis testemunhas depuseram em plenário, entre elas, uma Delegada de Polícia, o ex-esposo de Laline e familiares do réu. Anderson foi interrogado em seguida, respondendo aos questionamentos da acusação e da defesa. Ele alegou que estava sendo perseguido por uma facção criminosa que queria tomar a sua casa e que voltasse para o tráfico de drogas. E disse que, no dia dos fatos, achou que se tratava de criminosos chegando à sua casa, por isso, atirou nos agentes, sem a intenção de matá-los. Debates Os debates começaram por volta das 18 horas, com a explanação do Ministério Público. A acusação pediu a condenação do réu pelas seis tentativas de homicídio qualificadas . Os Promotores de Justiça Fernando Gonzalez Tavares e Márcio Schlee Gomes e o Assistente de acusação, Advogado Eduardo Pias Silva, mostraram aos jurados, por meio de interceptação telefônica, conversas do acusado com traficantes conhecidos da região tratando sobre encomenda e entrega de drogas. Tavares falou sobre a perda de emoções de Laline e a mudança de comportamento com a filha. E também sobre a perda de memória. O Promotor pediu aos jurados a condenação do réu. "Os senhores vão empurrar essa escuridão para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído: para trás das grades". O Promotor Márcio Schlee Gomes destacou que o réu já foi condenado por crimes anteriores, com penas somadas em 21 anos, e que, na ocasião do crime, estava em casa cumprindo prisão domiciliar.   A defesa foi realizada pelas Advogadas Julieth Gonçalves dos Santos e Juliana Rocha Costa e pelo Advogado Felype Prado Nascimento. A banca sustentou que o réu não tinha motivação nem intenção de tirar a vida dos policiais. Disse que ele cessou os disparos quando reconheceu a voz de um dos agentes que já conhecia por cumprimentos de mandados anteriores na casa dele. Segundo a defensora, Anderson estava há 1 ano e dois meses usando tornozeleira eletrônica por conta de uma condenação por tráfico de drogas e não poderia fugir. "Ele estava dentro de casa e não tinha nenhuma intenção de enfrentar os policiais", afirmou a Advogada Julieth. Ela reforçou que a casa do cliente estava sendo alvo de atentados. Mostrou marcas nas paredes, que teriam sido disparados pelo lado de fora. E que cerca de 1 mês depois houve novos disparos contra a residência. A Advogada pediu ao Conselho de Sentença a desclassificação do crime para lesão corporal grave, em relação a Laline, e a absolvição quanto às outras cinco acusações.   Confira a cobertura fotográfica do júri no Flickr do TJRS  Acompanhe a cobertura pelo X
16/10/2024 (00:00)
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